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Histórias de viagens ilustradas com fotografias

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Chaves - A rota da água, parte 7

Pedras Salgadas

Pedras Salgadas é uma pequena localidade composta por uma dúzia de casas, uma estação de comboios sem comboios, um multibanco sem dinheiro, um restaurante, três cafés e umas termas em obras há quatro anos, segundo ouvi dizer, com data de conclusão prevista para o primeiro semestre de... 2008.


Estava na hora de almoço, por isso olhei para os restaurantes existentes e escolhi... o único que existia.
Tradicionalmente aproveitam-se os passeios turísticos para se saborear os pratos típicos de cada região.
Eu também gosto muito de tradições, sobretudo das que me agradam, por isso escolhi um tradicional salmão da região, grelhado na região, acompanhado por batatas e legumes da região. Para beber uma não menos tradicional cerveja preta. Super Bock claro, a Sagres que vá patrocinar o “#$%@*&.

Havia tempo livre com fartura, por isso deu para dois dedos de conversa com um dos donos do restaurante.
Fiquei com a sensação de que a civilização, mesmo com toda a sua parte negativa está mesmo muito, muito longe. O século XXI não chegou aqui, e mesmo o XX está ainda no início.
Aqui vive-se das boas famílias, Mais do que das termas, até porque as boas famílias é que dão vida às termas.

Fiquei completamente aparvalhado ao ouvir dizer com nostalgia, que “ era bom no tempo em que as termas funcionavam em pleno, e as boas famílias do Porto vinham para aqui passar quinzenas inteiras e faziam aqui todas as suas refeições sem olharem para o preço; famílias como as Faria da Costa *, Mendes de Almeida, Carvalho dos Santos, Guedes Fonseca, a doutora Alcinda Soares e os sobrinhos, o senhor comendador Segismundo; e até algumas famílias de Lisboa e Santarém, como os Pacheco da Silva, Lopes de Sousa ou os Santana de Abreu”.

Tive que pedir rapidamente a conta não fosse o salmão querer vir cá fora ouvir também estas barbaridades.

Não tomei café no restaurante. Logo que entrei, fui até ao balcão e consegui ver que os pacotes que tinham eram da Nicola. Nada que me interessasse. Portanto saí e fui a outro lado.
Dos três cafés existentes, dois eram Ouro Negro, uma raridade. Então passei ao plano B.

Entrei no primeiro e tomei um café, de onde trouxe dois pacotes. Depois entrei no segundo e comprei uma garrafa de água fresca para substituir a que tinha e que devia estar a 40º, e pedi mais um pacote. Apesar de serem da mesma marca eram dois pacotes diferentes e nenhum deles eu tinha ainda. Afinal há coisas boas em Pedras Salgadas.

Para terminar uma caminhada de quatrocentos metros até às termas. Só para fiscalizar as obras. Depois o caminho inverso até ao carro.

* todos estes nomes são obviamente inventados por mim, não decorei os nomes que me foram citados.



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