A cidade e a ponte romana
Entrando em Chaves, consigo puxar pela memória e percorrer o caminho que tinha visto no mapa até à zona central, perto da ponte romana. Atravessando o rio ficava muito perto da avenida onde se situava a residencial onde iria ficar.
Chegando aí, fiz a primeira paragem em Chaves. Deviam estar perto de 30º por isso era hora de tomar alguma coisa fresca. A água que trazia comigo esteve fresca... ontem.
Desconfio que os parquímetros do progresso chegaram primeiro à região do que a autoestrada. Era vê-los por todo o lado. Não tive outro remédio senão deitar a mão ao bolso e tirar uma moeda.
Primeira surpresa: a ponte romana é só para peões. Consegui ir lá ter direitinho, mas como o mapa não é em 3D não sabia que não dava para carros.
No café onde me dirigi explicaram-me correctamente como atravessar o rio de carro e encontrar a residencial.
Foi muito fácil encontrá-la. Chegando lá tratei de me preparar para o resto do dia. Até aí tinha sido viagem. O passeio ia começar agora.
Para começar, nada como um bom descanso. Encostei-me na cama, peguei no telemóvel e pus a escrita em dia, com chamadas e mensagens.
Poucos minutos depois estava despachado. Pus a objectiva de fora e preparei-me para o objectivo que era começar a fotografar.
A primeira paragem ia ser na ponte romana. Já lá tinha estado mas desta vez ia devidamente equipado para a reportagem.
É triste constatar que não existe igualdade. Nem mesmo entre as margens de um rio. Na minha primeira paragem junto à ponte romana não encontrei lugares de estacionamento sem parquímetro. Agora parei na margem oposta e não havia parquímetros. Que desigualdade. Até fiquei chateado.
A primeira coisa que fiz quando saí do carro foi sentar-me à beira rio à sombra das árvores que ladeavam a margem e apreciar o ambiente calmo e tranquilo. Mas não durou muito este instante, pois comecei a sentir a objectiva aos saltos com a impaciência e dei início à sessão fotográfica.
Nunca tinha estado com duas ao mesmo tempo. É uma sensação incrível. Sobretudo porque uma delas me fez lembrar a minha juventude. Já não me recordava o que era espreitar e ver A imagem.
Estou a falar do visor, é claro. Levei comigo a Minolta e a máquina digital, uma Fijufilm, e pela primeira vez pude comparar ao vivo o desempenho das duas máquinas.
Nos últimos anos habituei-me a usar máquinas digitais, onde vejo a imagem a fotografar num ecrã. Na Minolta, espreito no visor e vejo a imagem a fotografar na realidade. É fantástico, já nem me recordava disso, é uma diferença como da noite para o dia.
Parecia uma criança com um brinquedo novo. O tempo que eu passei a olhar para todo o lado pelo visor, mesmo sem fotografar nada.
Passado este primeiro choque tecnológico, as fotos foram-se sucedendo umas às outras. Mais, muito mais na Fujifilm, até porque na Minolta só tenho onze fotos disponíveis.
A seguir à ponte, que atravessei e fotografei de vários ângulos, seguiu-se uma subida até ao forte de S. Francisco. Assim por alto, pareceu-me um local alto e portanto com boa vista sobre a cidade e os arredores.
Demorei mais tempo a atravessar a rua em frente à entrada do forte do que a subir a pé as várias centenas de metros desde a beira rio até ao cimo da colina.
Isto porque a rua estava toda em obras numa extensão considerável. Eram homens, máquinas, montes de pedras, paralelos, brita, areia, cimento, por todo o lado.
Quando finalmente entrei tive a segunda surpresa do dia. Não consegui fotografar nada porque dentro do recinto do forte existe um hotel e os espaços melhores, a linha das muralhas, estão vedados à ralé.
Saí tal como entrei e da igreja da Lapa que fica em frente tirei algumas fotos da cidade e dos montes vizinhos, bem como da torre do castelo.
Voltei a descer em direcção ao carro. Ia começar a rota da água propriamente dita.
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