Domingo - de Pomarão a Palmela, passando por Alcoutim
Domingo, novamente o acordar com o nascer do dia, devido à claridade. Logo bem cedo tivemos a companhia do Jorge que também madrugou e veio conhecer as nossas instalações.
O quarto da "Pensão Saramugo"
(foto Jorge Completo)
Antes que a confusão se instalasse resolvi ir tomar banho. De água fria, pensei. O tal café onde nos foi servido o almoço ontem e onde decorreu o concerto à noite parece ser o centro de tudo nesta terra. Tem umas casas de banho públicas, que incluem chuveiros. Afinal, apesar de ainda não serem oito horas da manhã, o calor acumulado durante o dia no depósito (ou nas canalizações, não sei bem) fez com que a água fria... estivesse morna. Nada mau.
Depois de um pequeno almoço idêntico ao anterior e servido nas mesmas condições, preparámo-nos para nova partida. Desta vez com um atraso menor.
A partir daqui estaremos em águas internacionais, a margem direita do rio é portuguesa e a esquerda espanhola. Não há grandes diferenças em relação ao dia de ontem no que diz respeito à paisagem Quanto à nossa progressão, talvez pelo cansaço os ritmos sejam quase todos mais lentos e por isso as distâncias entre as diversas canoas sejam relativamente menores.
A meio caminho uma paragem pare descanso e reagrupamento, na margem espanhola, junto à aldeia de Puerto de La Laja, um antigo porto mineiro semelhante a Pomarão.
Puerto de La Laja
(foto Jorge Completo)
Quase em frente, portanto na margem portuguesa do rio, há um curioso afloramento rochoso a que chamam “A biblioteca”. Trata-se de uma escarpa de rocha quase na vertical, sulcada por múltiplas fendas verticais que lhe dão o aspecto de livros arrumados numa prateleira.
A pedra da "Biblioteca"
Nova partida, desta vez para o troço final. A única diferença visível foi o aparecimento de vento, muito vento contra. Antes de chegarmos começou a fazer-se sentir o efeito da mudança da maré, o que aliado ao vento contra dificultava a progressão.
Como o aspecto psicológico conta muito, o aproximar do fim dava forças extra para compensar as que se perdiam com o acumular do cansaço.
Quando nos aproximámos do Alcoutim hesitámos em parar primeiro em Sanlúcar de Guadiana ou ir directamente para o cais final. Avistámos algumas canoas do lado espanhol e fomos até meio do rio tentar ver se seria alguém do nosso grupo. Não conseguimos ver ninguém conhecido e por isso voltámos a virar a proa para o cais de Alcoutim.
Afinal estavam alguns dos nossos amigos em Sanlúcar e ficaram chateados porque até nos chamaram e nós fomos embora.
Conclusão: o cansaço provoca perda de visão e de audição.
Ao fim de dois dias aportámos sãos e salvos ao cais de Alcoutim, dando por terminada a parte marítima da nossa viagem. Faltava a parte terrestre até casa.
Depois de arrumada a canoa, as pagaias e os coletes, fomos ao banho nos balneários públicos que existem no cais. Era hora de subir até ao castelo onde seria servido o último almoço.
De todas as refeições esta foi a pior para mim, gaspacho não é a minha especialidade e quanto às sardinhas, estou à espera que inventem sardinhas transgénicas, sem espinhas.
Almoço no Castelo de Alcoutim
Ainda houve tempo para um café e um pouco de descanso num miradouro que existe abaixo da castelo, antes de nos fazermos à estrada para a viagem de regresso, a qual decorreu sem problema nenhum.
No nosso grupo houve três maçaricos nestas andanças, o Quim, a João e eu, acho que todos nós ficámos clientes e que nos voltaremos a encontrar aqui em 2011.
Até para o ano, amigos!
(Mais fotos da viagem podem ser vistas em http://picasaweb.google.com/paulo.e.c.rodrigues )
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