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Histórias de viagens ilustradas com fotografias

domingo, 15 de agosto de 2010

Guadiana 2010 - descida em canoa - parte 4

O relato da viagem terminou com o post anterior. Isto agora são apontamentos soltos.

"Tanta luz

Tanta luz na escuridão
Estrelas, planetas, nebulosas
Brilhando lá no alto
Suspensas no vazio.
Luz que na cidade é invisível,
No campo cobre o céu
Com fios de prata.

Por entre desenhos
Abstractos
A que alguns
Chamam constelações,
Alguns pontos de luz
Mais brilhantes
Prendem o olhar,
Fixam a imaginação,
E interrogo-me:
Quem serão?
Onde estarão?
Que farão?
Os seres que habitam
As regiões remotas
Do espaço sideral. "

Paulo Emanuel, Agosto 2010)

Por muito que eu prefira o campo à cidade, tenho que reconhecer que as circunstâncias da vida me empurraram, a contragosto e inexoravelmente para esta ultima.
Daí que tenha sido com bastante satisfação que pude contemplar um céu repleto de estrelas, coisa que já não fazia há bastante tempo.

Não concordo nem aceito a teoria criacionista do Universo, porque, por oposição, acredito na teoria evolucionista. E fascina-me estar deitado, no chão ou em outro local qualquer a olhar para o céu à noite, e a tentar imaginar o que estará do outro lado da distância que nos separa do infinito.
Isto não tem nada a ver com discos voadores e tretas do género. Porque, como dizia Quino a propósito da possível existência de vida inteligente no cosmos, se forem mesmo inteligentes, não vêm até cá.
Acredito que existam milhões de locais por esse Universo fora onde possa ter surgido Vida, sem ser necessariamente na forma de homenzinhos verdes e com antenas.

E independentemente da distância, cada uma dessas possíveis comunidades de Vida, terão certamente muito mais que fazer do que vir até cá. Para nos conquistarem, ou em alternativa, armados em deuses.
Estas duas hipóteses, amplamente repetidas na literatura e no cinema reflectem o que o sistema quer que pensemos. Porque dá jeito. Porque molda e subjuga o pensamento. E sobretudo porque rende muitos milhões.

Estou no Pomarão, em pleno Alentejo, e apesar de ser meia noite, estão vinte e tal graus de temperatura. Se calhar tanto calor pôs-me a delirar. Acho melhor ir dormir.

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