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Histórias de viagens ilustradas com fotografias

domingo, 7 de abril de 2013

Viagem a Portalegre e Alegrete, parte 1

Um viajante de merda! É como eu me posso definir. Vou fazer uma viagem de duzentos e quarenta e três quilómetros segundo o Google e esqueço-me de levar um mapa.
Deixei tudo para a última, incluindo a vontade de ir. Inicialmente, não sei explicar porquê, estava um bocado renitente em ir. Não tinha vontade de ir por 'auto-scut', mas por outro lado as estradas nacionais nas zonas a atravessar estariam possivelmente inundadas. Bom, isto eram apenas desculpas para não ter de reconhecer que não me apetecia ir. E no fim, como escreveu o José Manuel Barbosa num comentário, foi inesquecível.
A viagem foi feita a olho, sabia que tinha de apanhar a A não sei quantas em direcção a não sei o quê e depois tinha de virar não sei onde e seguir sempre a direito (sem esquecer de fazer as curvas).
O instinto, a memória (já lá tinha passado uma vez), o sentido de orientação, a sorte, o que quiserem chamar, deu certo e eis-me de volta são e salvo.
Pelo meio ficaram alguns locais que, por falta de indicação quilométrica nas placas com que me deparei, não visitei. Tive vontade de visitar os castelos de Vila Flor e de Amieira do Tejo por exemplo, mas não me apeteceu correr o risco de me perder no meio do nada.
Poucos quilómetros depois de entrar no IP2 atravessa-se o Tejo passando por cima de uma barragem. Parei um pouco acima e andei por ali a tirar umas fotos. Não vi qualquer placa com o nome mas passou por cima de mim um vulto a voar que assim à primeira me pareceu um gavião. Afinal era só uma andorinha.
Já tinha ouvido falar de uma tal Barragem do Gavião mas não sabia onde ficava. Se calhar é esta aqui pensei, os gaviões alimentam-se de andorinhas, julgo eu.
- Então vieste por onde?
- Pela autoestrada, depois virei para o IP2, passei pela barragem do Gavião...
- Ah, desviaste para a barragem do Gavião?
- Desviei não, a estrada vai sempre a direito e passa por lá...
- Se calhar viraste noutro sitio então, disse o Zé abrindo o mapa (o Zé é um viajante a sério)
- Gavião fica aqui, disse apontando com o dedo, e se viraste para o IP2, esta barragem aqui é a do Fratel.
- Ahhhh, Fratel...
A juntar ao muito que aprendi nestes três dias, fiquei também a saber que o IP2 atravessa a Barragem do Fratel. Bem, se calhar o que passou por cima de mim a voar também nem seria uma andorinha.

(Continua)

Mais fotos podem ser vistas na minha página webPicasa
https://picasaweb.google.com/paulo.e.c.rodrigues/201304PortalegreEAlegrete


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