Quando viajo no espaço, de carro, gosto de
ir a ouvir música. Quando viajo no tempo, enquanto estou sentado numa esplanada
a pensar na puta da vida, também gosto de ouvir música. Principalmente música
boa.
Tal como no carro, em que escolho os discos
que levo comigo, também a esplanada tem que ser bem escolhida em função da
música.
E, contrariamente à opinião pública e
generalizada de que não acerto uma, desta vez acertei em duas: na esplanada e
na música.
Já conhecia o Nuno de outras formações com
as quais tocou; tudo o resto era novo para mim.
Confesso que quando li que o concerto ia
ser no “mercado” fiquei um bocado apreensivo. Já conhecia outros mercados, que para
mim não são mais do que fast food gourmet (um eufemismo para se dizer que há
quem coma qualquer merda que lhes ponham à frente se tiver uma etiqueta a dizer
que é moderno) e não tenho a menor das simpatias por esses locais. No meu
imaginário aquilo parece-se com uma gigantesca gamela com uma manada à volta.
Foi com enorme surpresa que cheguei a um
local que estando quase cheio tinha mesas vagas, e com música ambiente que
permitia conversar sem ser aos gritos. O espaço era pequeno, bem mais pequeno
que outros do mesmo género que conheço, o que só prova que megalomania não é
sinónimo de qualidade.
O meu consumo limitou-se a uma caneca durante
o concerto e um café no fim, mas espero arranjar outra oportunidade para ir lá
jantar.
É que, vejam bem, os empregados até falam
com as pessoas, em vez de esticarem a mão com o troco e dizerem “a seguir,
faxavor”.
Estou para aqui a falar e ainda não disse
nada sobre a música, que foi a razão que me levou a descobrir que o mercado de
Cascais tem um espaço de refeições.
Pois, não sabendo o que dizer, acho que vou
resumir tudo numa palavra: gostei. Os tipos tocam todos muito bem.
Vai ser mais uma banda a seguir com
atenção, a juntar a várias outras, e que me tem permitido nestes últimos tempos
descobrir tantos pequenos espaços musicais na selva urbana que me rodeia.
Para a história aqui ficam os nomes dos
elementos da banda:
Nuno Oliveira – baixo
Ivo Costa - Bateria
António Mardel - Guitarra
Paulo Ramos – voz
Um único e pequeno reparo: eu sei que
Cascais é um destino turístico por natureza, que estamos em época de férias, mas…
há mais línguas além do inglês. Apesar de compreender que era difícil ser de
outra forma atendendo ao género de música.
Uma última palavra para a fotografia. Quis
brincar ao fotógrafo e a coisa saiu-me mal. Não gosto das fotografias que
tirei. Não atinei com aquele tipo de iluminação, com os focos de luz nas costas
dos músicos e o resultado final foi para mim um desastre. Para minimizar um
bocado o desalento entretive-me a faze uns novos enquadramentos e a transformar
as fotos para preto e branco. Sempre disfarça um bocado a minha ignorância
fotográfica.
As restantes fotografias no meu espaço web Picasa
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